04/01/11

Captar movimento

No que toca a captar movimento na fotografia, há apenas uma variável a ter em conta: a velocidade de obturação (ou tempo de exposição, se preferirem).
E, se pensarmos nisso por alguns segundos, faz todo o sentido. A velocidade de obturação controla a quantidade de tempo que o sensor é exposto à luz; durante esse tempo, todo o movimento que ocorrer na cena fotografada vai ficar registado no sensor da câmara. Assim, temos fundamentalmente duas escolhas no que toca ao movimento: travar ou escorrer.





Se quisermos travar o movimento de um objecto, devemos utilizar uma velocidade de obturação alta. E quanto mais rápido se mover o objecto, mais rápida terá de ser a velocidade de obturação.

Na foto seguinte, foi utilizada uma velocidade de obturação de 1/500 para congelar completamente o movimento do carro, parecendo assim que o carro está parado quando na verdade não estava.



Por oposição, se quisermos captar um movimento fluido e escorrido, devemos utilizar uma velocidade de obturação mais baixa, de forma a não "congelar" o objecto, dando assim uma maior sensação de movimento.
Na foto que se segue, com um carro a circular sensivelmente à mesma velocidade que o anterior, utilizou-se uma velocidade de obturação de 1/125, causando uma imagem "escorrida" do carro e dando a entender que ele se movia depressa. Quanto mais baixa for a velocidade, menos definido aparece o carro. Façam experiências.


Uma técnica também muito utilizada é o panning, que consiste em fotografar com uma velocidade de obturação baixa, mas acompanhando o movimento do objecto com a câmara. O resultado é uma foto com o objecto bem definido - "travado" ou "congelado" - e o fundo "escorrido". É a técnica mais difícil das três, mas nada que não se resolva com um pouco de prática.

Neste caso particular, a fotografia foi tirada com uma velocidade de obturação de 1/90 enquanto se acompanhava o movimento do carro. Quanto menor for a velocidade, mais "escorrido" ficará o fundo, mas mais difícil se torna acompanhar o movimento do carro.


Esta técnica resulta muito bem em veículos motorizados porque eles se deslocam apenas num plano - todo o carro vai no mesmo sentido, não tem braços e pernas a moverem-se independentemente como uma pessoa a correr, por exemplo - mas também se podem conseguir resultados interessantes em ciclistas ou atletas a correr:

Built for speed

2 comentários:

  1. Oh, este post faz-me ter saudades daquelas primeiras aulas e primeiros trabalhos de curso! Bons tempos! :)

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  2. Verdade, bons tempos! :)

    (Mas honestamente eu achei essas primeiras aulas e trabalhos uma seca LOL)

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